
"Os limites não existem para o homem condor"
Esse era o lema do italiano conhecido como o "homem pássaro" ou o "condor humano". Ornitólogo e campeão mundial de asa delta, Angelo D' arrigo foi o primeiro homem a sobrevoar o Monte Evereste (8.848 metros) em 2004, sem o auxílio de motores. A façanha foi tal, que teria assombrado aqueles que escalavam a montanha. De tão perto, quase podiam ver seu rosto...
Em 2006, bateu seu próprio recorde ao sobrevoar a bela região de Mendoza, na Argentina, dias depois de ter feito um vôo sobre o Aconcágua. Por ironia do destino, Angelo morreu naquele mesmo ano na Sicília em um acidente de avião, que era pilotado por um amigo.
Com sua vida dedicada aos esportes radicais, percorreu o mundo sobrevoando mares, desertos, vulcões e montanhas em companhia de águias e outras espécies.
Em 2003, participando de um projeto russo de ornitologia, guiou um grupo de aves nascidas em cativeiro por mais de 5000 kilômetros, do Círculo Ártico até o mar Cáspio, passando pela Sibéria, a fim de mostrar-lhes as rotas tradicionais de migração. Entre outros projetos, foi responsável também pela criação de um estudo chamado de "Metamorphosis" em que observou as técnicas de vôo instintivas das maiores aves de rapina dos cinco continentes. A partir desta convivência e observação, pôde aperfeiçoar suas próprias técnicas de vôo.
Seu último grande projeto, "wings of condor", visava o estudo e a reintrodução no habitat natural de dois condores (aves típicas da Cordilheira dos Andes - em processo de extinção), que foram chamados de Inca e Maia. Tendo adquirido os ovos de uma universidade na Áustria, Angelo transformou-se na "mãe" deles, ensinando-lhes tudo, inclusive a voar. O que de outra forma, sem a presença materna, seria quase que impossível.
Infelizmente, o amante dos pássaros não teve tempo de ver a concretização de seu sonho, tarefa que coube a sua mulher, Laura Mancuso. A aventura de reintrodução das aves nos Andes foi registrada pela National Geographic em um documentário chamado "Born to Fly" ou nascido para voar. Foi justamente através desse belíssimo documentário, que narra a relação de carinho e dedicação de um homem pelos animais, que conheci essa fascinante história.
Ao ver as fotos, vídeos e artigos sobre Angelo, a sensação que eu tenho é que para ele a vida, de fato, não tinha limites, e que muito embora tenha morrido jovem, aos 44 anos de idade, ele viveu o máximo que poderia ter vivido. E talvez essa seja a grande lição, não importa o tempo que temos, mas sim o que fazemos dele. Ou seja, precisamos decidir o que queremos da vida: passar por ela ou deixar que ela passe diante dos nossos olhos...
Quem quiser conhecer mais sobre a vida de Angelo D' arrigo e suas aventuras pelo mundo, visite o site oficial http://www.angelodarrigo.com/, que tem muitas informações, vídeos e fotos sensacionais.

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